DISCURSO DE SUA EXCELÊNCIA SENHOR MINISTRO DA CULTURA, TURISMO E AMBIENTE, DR. FILIPE SILVINO DE PINA ZAU, NO CULTO ECUMÉNICO DE ACÇÃO DE GRAÇAS, NO PAVILHÃO DA CIDADELA DE LUANDA
- SUA EXCELÊNCIA JOÃO MANUEL GONÇALVES LOURENÇO, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA;
EXCELÊNCIAS
MEMBROS DO EXECUTIVO;
- *SRA GOVERNADORA DE LUANDA*
- DISTINTOS MEMBROS DO CORPO DIPLOMÁTICO ACREDITADO NA REPÚBLICA DE ANGOLA
- PREZADOS LÍDERES E REPRESENTANTES DAS DISTINTAS CONFISSÕES RELIGIOSAS;
- ILUSTRES PARTICIPANTES E CONVIDADOS;
MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES;
Neste momento de intensa reflexão espiritual, saudamos, de forma fraternal, todos os presentes e aqueles que, não estando fisicamente aqui, nos acompanham através dos media e das diversas plataformas digitais.
Realizado no âmbito do 20.º aniversário da Paz e da Reconciliação Nacional, sob o lema "Pacificados pela Paz de Cristo, para Pacificar!” constitui, para o Executivo angolano, uma honra e uma satisfação insignes, estarmos presentes neste Culto Ecuménico de Acção de Graças, organizado pela Comissão Inter-Eclesial, em representação das confissões religiosas e associações eclesiásticas reconhecidas pelo Estado Angolano.
Desde a proclamação do Estado democrático de direito, instituído pela Constituição vigente, Angola tem vindo a garantir a protecção, a liberdade de religião e de culto das distintas confissões religiosas, livres na sua organização e exercício das suas actividades, desde que estejam reconhecidas e prossigam a sua acção social em defesa dos princípios fundamentais do Estado, promovam a paz, a tolerância, a solidariedade, a coesão e estabilidade da nação.
Num contexto de compreensão e de concórdia, sem que se perca de vista o respeito pela diferença e pela diversidade, a harmonia entre todos nós, angolanos tem uma importância particular:
A nível planetário, enfrentámos, de forma corajosa, os desafios decorrentes da crise sanitária provocada pela COVID 19, aos quais temos sabido dar respostas céleres, para além de outros desafios de carácter social, económico, político e espiritual, onde prevaleceu sempre o respeito pela pessoa humana e pela defesa do interesse nacional.
No contexto do primado da paz, do progresso e do bem comum, as Igrejas têm sido chamadas a colaborar como parceiras do Estado em acções sociais estruturantes, como a saúde, a protecção e assistência de populações vulneráveis, a educação para o exercício da cidadania e da promoção de valores morais, cívicos, patrióticos e deontológicos, visando o fortalecimento da unidade, do respeito no seio das famílias, da formação académica e profissional do nosso capital humano, para que, no futuro, possamos viabilizar a sustentabilidade do nosso desenvolvimento. As igrejas são a reserva moral do nosso povo e o garante da concórdia, da reconciliação e da unidade nacionais.
A Paz é o sinal mais evidente de progresso. Só através da estabilidade política, poderá haver investimento, nacional e estrangeiro, que contribua para a empregabilidade e mais rápido desenvolvimento nacional.
A Paz, tão dificilmente alcançada em 2002, há precisamente vinte anos, é, sem dúvida, a melhor conquista da família angolana, já que, após a longa noite fratricida de conflitos armados, a Paz conquistada com suor e lágrimas, sacrifícios incomensuráveis, levou a que o povo que amamos e ao qual pertencemos, seja o grande beneficiário.
Do primado da paz advêm benefícios económicos e sociais, como resultado de um vasto processo de reconciliação e de reconstrução nacional.
Hoje, já temos um número cada vez maior de habitações, estradas reconstruídas, escolas para as nossas crianças, centros de saúde e hospitais, garantindo uma rede de instituições sociais de grande envergadura, devidamente equipadas, ao serviço das nossas famílias e das nossas comunidades.
Hoje, já temos um número cada vez maior de beneficiários de transferências sociais, de protecção e assistência em momentos de crise e de calamidades.
Hoje, são milhares e milhares de angolanos a louvar a paz, numa voz uníssona e forte com a dimensão de Angola.
Hoje, com base no respeito mútuo, reafirmamos a parceria com as Igrejas e as instituições religiosas, em colaborar nos domínios sociais e no esforço comum para reconstruir e fazer de Angola uma grande Nação, ao nível de África e do Mundo.
Que a Paz e o progresso, com solidariedade, sejam o alicerce para o futuro e conduzam as nossas opções e iniciativas, voltadas para acções conducentes à consolidação da democracia participativa e representativa, como pré-requisitos indispensáveis à melhoria da justiça social e do Estado de Direito em Angola.
Que a Paz, ao permitir a assunção dos aspectos positivos e negativos da nossa memória histórica, seja o esplendor de transformação dos ódios do passado, em Paz e amor para o presente e para o futuro no nosso amado País.
VIVA O DIA DA PAZ E DA RECONCILIAÇÃO NACIONAL!
VIVA ANGOLA!