Pelo menos, 140 mil pessoas da região transfronteiriça do Cuando Cubango (Sul de Angola) e Okavango (Norte da Namíbia) vão beneficiar de um projecto destinado a aumentar a capacidade de adaptação e a resiliência das comunidades vulneráveis aos impactos ambientais e variedade das alterações climáticas, anunciou, esta terça-feira(15), em Luanda, o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Dr. Filipe Silvino de Pina Zau
Ao intervir na cerimónia de lançamento do projecto, denominado "Fortalecimento da Resiliência e Adaptação às Alterações Climáticas nas Comunidades do Sudeste de África Afectada pela Seca” (ADSWAC), Filipe Zau afirmou que a iniciativa se enquadra na estratégia nacional de acção climática.
"O objectivo principal é fortalecer a resiliência das populações de uma das regiões mais visivelmente afectada pelos efeitos das alterações climáticas no território nacional, bem como o Norte da República da Namíbia”, frisou o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente.
Financiado pelo Fundo de Adaptação e implementado pelo Observatório Sahara e Sahel (OSS), o projecto é uma parceria entre a Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP) e a Ajuda ao Desenvolvimento de Povo para Povo (DAPP) da Namíbia.
O projecto ADSWAC visa fortalecer as capacidades locais e nacionais para a redução dos riscos associados às alterações climáticas, constituir capacidade organizacional e técnica para a produção resiliente ao clima e melhorar a segurança alimentar das comunidades.
De acordo com o ministro, a ADPP tem demonstrado, ao longo de mais de três décadas de serviço pelo desenvolvimento de Angola, ser o parceiro certo na criação de projectos em benefício das comunidades.
" No fim de cinco anos de execução, espera-se que o projecto contribua para o aumento da consciencialização e apropriação dos processos de adaptação e redução do risco climático por parte das populações”, destacou o governante.
A presidente do Conselho de Administração da ADPP em Angola, Rikke Viholm, disse que a adaptação climática é urgente, e a acção deve basear-se nas capacidades das pessoas que vivem com os efeitos das alterações climáticas.
"Vamos trabalhar com as gerações mais novas nas escolas locais e a partir dos Centros de Adaptação às Alterações Climáticas para construir conhecimento e compreensão sobre a protecção do planeta, implementando acções a fim de enfrentar os desafios de hoje e de amanhã”, destacou a responsável da ADPP.
Rikke Viholm enfatizou que as alterações climáticas não têm fronteiras e a resposta também não deve ter fronteiras.
O projecto envolverá 160 organizações de produtores locais e igual número de associações de utilizadores de água em comunidades fronteiriças entre os dois países vizinhos.
Fonte: Jornal de angola